Fundo de população da ONU discute racismo na saúde

Fundo de população da ONU discute racismo na saúde

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Redação – redacao@negrxs50mais.com.br

Aos 26 anos de idade a designer gráfica Josy Azeviche buscou atendimento em saúde reprodutiva e sofreu com atendimento racista, mas, na época, não entendeu bem o processo. Agora, aos 40, ela relata sua experiência constrangedora em um podcast do Fundo de População da ONU, o “Fala, UNFPA”. O episódio debate os impactos do racismo e da discriminação na saúde, além de abordar os efeitos da Covid-19 entre a população negra.

Ativista do movimento negro de Salvador (BA), Josy relata que ficou desempregada e recorreu ao serviço público de saúde, para tratar um mioma. Já na hora de fazer a ficha de atendimento a atendente perguntou: “fundamental um ou fundamental dois”? Ela se limitou a responder que era universitária. Na hora da primeira consulta uma mesma pergunta sobre quantos abortos ela teria feito se repetia, embora respondesse não ter feito nenhum. Na hora da operação para retirar o mioma, foi anestesiada e deixada sozinha, largada em uma sala. No pós operatório o quadro se repetiu e não recebeu nenhuma atenção ou assistência de psicóloga ou assistente social.

O caso é narrado por ela no episódio de podcast “Fala, UNFPA”, que está disponível nas plataformas

Racismo faz população negra ter maior risco de adoecer

Alexandre da Silva – Abrasco

Para o professor e pesquisador Alexandre da Silva, membro do grupo Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que também é entrevistado no podcast, o racismo faz com que a população negra fique sob maior risco de adoecimento e de morte durante a pandemia no Brasil. Para ele é preciso fazer um enfrentamento completo e intersetorial.

Já a representante auxiliar do Fundo de População da ONU, Junia Quiroga, explica por que enfrentar a discriminação e a desigualdade são importantes para o UNFPA e para as Nações Unidas.

O “Fala, UNFPA” apresenta, quinzenalmente, a partir de uma perspectiva de direitos humanos, informações, dados e conversas sobre saúde sexual e reprodutiva, equidade de gênero, raça e etnia, população e desenvolvimento, juventude, cooperação entre países do hemisfério sul e assistência humanitária.

Entidade atua no Brasil desde 1973

O UNFPA atua no Brasil desde 1973 e em 1985 inaugurou um escritório em Brasília. Sua atuação é direcionada à cooperação da área de saúde reprodutiva em parceria com o governo e diversas organizações da sociedade civil.

Em 2009, o UNFPA instalou o segundo escritório no Brasil, dessa vez em Salvador (BA), onde compartilha o espaço da Casa da ONU com outras agências das Nações Unidas.

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