Outubro Rosa tem mamografias gratuitas no Rio para as 50mais
Redação -redacao@negrxs50mais.com.br
Durante todo este mês do “Outubro Rosa” as mulheres 50mais até os 69 anos de idade podem fazer mamografias gratuitas no Rio Imagem, sem necessidade de agendamento prévio. Basta às interessadas apresentarem o encaminhamento médico proveniente de hospital público. É uma urgência, afinal as projeções do Ministério da Saúde são de que 66.280 mulheres terão a doença a cada ano de 2020 a 2022.
O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil e o mais incidente na população feminina mundial e brasileira, excetuando-se os casos de câncer de pele não melanoma. As ações de prevenção ajudam a reduzir o impacto da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o autoexame é fundamental para todas as mulheres, enquanto a mamografia, a cada dois anos, é recomenda às 50 mais até os 69 anos de idade. Mesmo se não apresentarem nenhum sintoma. E todas as mulheres precisam manter uma alimentação saudável e praticar exercícios.
O Rio Imagem é o centro de diagnósticos da Secretaria de Estado de Saúde do Rio, e funciona na Avenida Presidente Vargas 1.733, na região Centro da capital. A unidade abre de segunda a sábado, das 8h às 17h, com encaminhamento médico proveniente de hospital público, do Sistema Único de Saúde (SUS). Em princípio as mamografias gratuitas no Rio Imagem seguem até o dia 31 de outubro, mas o prazo pode ser ampliado até 15 de novembro, segundo diretor da entidade, Roger Ancillotti.
Inca faz palestra e diz o que toda mulher precisa saber
O Inca (Instituto Nacional do Câncer) destaca a importância de as mulheres ficarem atentas e buscarem o auxílio de um profissional da saúde. Este saberá explicar a forma correta para o acompanhamento mensal, que é uma forma preliminar de cuidado. É fundamental que sejam realizados exames clínicos anuais com o médico de confiança.
Uma palestra virtual intitulada “Câncer de mama: o que toda mulher precisa saber”, na próxima quarta-feira, dia 14, das 15h às 16h, no canal do Inca no Youtube, vai esclarecer quais medidas devem ser tomadas por mulheres de todas as idades para prevenir o câncer de mama.
A sanitarista Mônica de Assis abordará questões como o momento e os motivos para as mulheres procurarem uma unidade de saúde para investigar alterações suspeitas na mama. Esta será a principal ação do Inca no “Outubro Rosa” deste ano. O público poderá enviar perguntas pelo e-mail: webinar@inca.gov.br.
Hábitos que ajudam na prevenção e os sintomas
Entre as medidas que contribuem para prevenir o câncer de mama estão a adoção de hábitos saudáveis. Entre eles, manter uma dieta equilibrada e praticar atividades físicas com regularidade. Além disso, evitar bebidas alcoólicas e manter o peso adequado. São ações são capazes de evitar 28% de todos os casos da doença.
Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são nódulo (caroço) fixo e, geralmente, indolor; mudança na posição ou formato do mamilo; vermelhidão, retração ou aparência de casca de laranja na pele do seio; saída espontânea de líquido pelo mamilo e caroços no pescoço ou axilas.
O “Outubro Rosa” foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e hoje a data é celebrada anualmente. É um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama.
Números comprovam importância da prevenção
O Inca participa do movimento desde 2010 e realiza eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema. Também cria e distribui materiais e outros recursos educativos. O objetivo é disseminar informações sobre fatores protetores e detecção precoce do câncer de mama.
O câncer de mama é o que mais incide em mulheres no mundo. Representa 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões. Para o ano de 2020 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres.
A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 13,84 óbitos/100.000 mulheres em 2018. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 14,76 e 14,64 óbitos/100.000 mulheres em 2018, respectivamente.
Idade aumenta risco de ter a doença
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, no período 2014 a 2018, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país e representam 16,5% do total. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte. Nesta, os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,7%), seguidos pelos Sul (15,4%) e Nordeste (15,23%).
A incidência do câncer de mama tende a crescer a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade. Na população feminina abaixo desta idade, ocorrem menos de dez mortes a cada 100 mil mulheres. Na faixa etária a partir de 60 anos o risco é dez vezes maior.
No Brasil, as políticas públicas nessa área foram impulsionadas pelo Programa Viva Mulher desde meados dos anos 80. Hoje o controle do câncer de mama é uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022.
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Fontes: Ministério da Saúde, Inca e Rio Imagens. Imagens Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.