Cartunista Ykenga Matos é premiado ‘Mestre do Quadrinho Nacional’
Redação – redacao@negrxs50mais.com.br
O cartunista Ykenga Matos, do Negrxs 50mais, foi um dos premiados na categoria “Mestres do Quadrinho Nacional” na 36ª edição do “Troféu Ângelo Agostini”. A premiação é realizada pela Associação de Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP). A cerimônia de premiação online aconteceu no sábado de carnaval, dia13.
Segundo o cartunista Ykenga Matos, a premiação o pegou de surpresa: “Fui premiado pelo conjunto da minha obra. Foi uma imensa surpresa, pois não estou habituado a premiação. Sou um chargista militante, meu maior prêmio é quando uma charge minha é utilizada numa passeata ou afins”, afirmou o artista.
O Troféu Ângelo Agostini foi criado para homenagear os profissionais que dedicaram suas vidas ao trabalho na área de quadrinhos. Ao longo dos anos ampliou passou a premiar os melhores trabalhos e profissionais do ano anterior. Nesta edição a premiação se refere a 2019, pois a pandemia impediu a cerimônia no ano passado.
Os premiados
- Mestres do quadrinho nacional
Ykenga – Aparecido Norberto – Crau da ilha – Maria da Graça Maldonado - Melhor lançamento – Conto dos Orixás – Hugo Canuto, Ébórá Comics Group
- Lançamento independente – Orixás – Ikú – de Alex Mir, com Al Stefano, Alex Rodrigues, Caio Majado, Jeferson Costa, Marcel Bartolo, Omar Vinole, Will
- Lançamento infantil – Como fazer amigos e enfrentar fantasmas – Gustavo Borges e Eric Peleias
- Fanzine (de quadrinhos e sobre quadrinhos) – Vigilante Rodoviário – Paulo Kobielski
- Webcomic (tiras ou quadrinhos) – Capirotinho – Guilherme Infante
- Roteirista – Fefê Torquato – Tina Respeito MSP
- Desenhista– Shiko – Três Buracos, Editora Mino
- Colorista – Mary Cagnin – Bittersweet, Independente
- Melhor cartunista, chargista ou caricaturista – Laerte Coutinho – Folha SP
- Prêmio Jayme Cortez (Contribuição ao quadrinho nacional) – Butantã Gibicon – criação de San Merg
- Diploma de mestre póstumo – Alain Voss – Altair Gelatti (falecido 2020) – Daniel Azulay (falecido 2020) – Francisco Vilachã (falecido 2020) – Jodil (falecido 2020) – José Menezes – Luiz Meri – Mariza Diaz Costa.
Quem foi Angelo Agostini
Foi um desenhista ítalo-brasileiro nascido em Vercelli, em 1843 e que morreu no Rio em 1910. Considerado o mais importante artista gráfico do Segundo Reinado. Iniciou a carreira de cartunista em 1864 quando fundou o Diabo Coxo, o primeiro jornal ilustrado publicado em São Paulo, e que contava com textos do poeta abolicionista Luís Gama.
Em 1866 lançou o Cabrião, cuja sede chegou a ser depredada, devido aos constantes ataques de Agostini ao clero e às elites escravocratas paulistas.
Atividades pela abolição da escravização
Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu intensa atividade em favor da abolição da escravização. Colaborou com desenhos e textos com as publicações O Mosquito e A Vida Fluminense. Nesta última, publicou, a 30 de Janeiro de 1869, As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte, considerada a primeira história em quadrinhos brasileira e uma das mais antigas do mundo.
Fundou, em 1 de janeiro de 1876, a Revista Illustrada e criou o personagem Zé Caipora (1883), que foi retomado em O Malho e, posteriormente, na Don Quixote. Este foi republicado, em fascículos, em 1886, o que, para alguns autores, foi a primeira revista em quadrinhos com um personagem fixo a ser lançada no Brasil.
Agostini fundou ainda a revista Don Quixote (1895-1906) e trabalhou na revista O Tico Tico. Trabalhou n’O Malho e na Gazeta de Notícias, entre outros.