Adhemar Ferreira da Silva é novo herói da pátria

Adhemar Ferreira da Silva é novo herói da pátria

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Da Agência Senado* – redacao@negrxs50mais.com.br

Recordista mundial e vencedor de duas olimpíadas na década de 1950, na prova de salto triplo, Adhemar Ferreira da Silva é novo herói da pátria. Um dos mais importantes atletas brasileiros, bateu por cinco vezes o recorde mundial do salto triplo, conquistando a medalha de ouro nas Olimpíadas de Helsinque (1952) e Melbourne (1956). Foi tricampeão nos Jogos Pan-Americanos e, por dez vezes, campeão brasileiro.

A Lei 14.575, que inscreve o nome de Adhemar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Livro fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O projeto de lei (PL) 3.322/2021 foi apresentado pela ex-senadora e atual deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) e relatada pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Quem foi Adhemar

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Foto: COB

Adhemar Ferreira foi escultor formado pela Escola Técnica Federal de São Paulo. Cursou ainda educação física, direito e relações públicas. Foi ator na peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, e no filme franco-italiano “Orfeu Negro”, de 1959. Tornou-se adido cultural na embaixada do Brasil em Lagos (Nigéria), de 1964 a 1967.

O pai, Antônio, era carregador de sacos na Estrada de Ferro Sorocabana e a mãe, Augusta, empregada doméstica. Adhemar recebeu o título de “Heróis de Helsinque”, em 1993. Em 2000, foi agraciado com o Mérito Olímpico pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Nasceu em São Paulo, em 1927, e morreu em 2001, aos 73 anos.

Duros tempos do amadorismo

Nos tempos de Adhemar Ferreira da Silva não havia patrocínio, ajuda de custo ou salário. Os atletas competiam “por esporte” e qualquer recompensa financeira era proibida. Ainda durante os Jogos Olímpicos de Helsinque, o jornal paulista “A Gazeta Esportiva” lançou uma campanha que visava a arrecadar recursos para a compra de uma casa para o campeão.

A notícia deixou a mãe, dona Augusta, empolgada. Logo ao desembarcar, o medalhista de ouro, informado por ela que haviam ganhado uma casa, foi obrigado a explicar, que não poderia aceitar, sob pena de ter que abandonar o atletismo e devolver a medalha. 

“Eu louvo muito a atitude de todos aqueles que colaboraram, que tentaram fazer com que a gente tivesse uma casa, mas não podia trocar a minha vida de esportista por alguns trocados, mesmo sabendo que fazia falta…”, agradeceu Adhemar no livro “Herói Por Nós”, de Tânia Mara Siviero.

O sonho da casa própria só se tornou real dois anos depois do bicampeonato olímpico, em 1958, à custa de muito trabalho e esforço. O financiamento saiu no mesmo dia do nascimento do Adhemar Ferreira da Silva Júnior, seu filho caçula. 

Polêmica com Jânio Quadros

Funcionário da Prefeitura de São Paulo, em 1953, o campeão olímpico se ausentou do trabalho para disputar o Campeonato Sul-americano, no Chile, onde se sagrou campeão. Na volta, teve seus dias descontados pelo então novo prefeito Jânio Quadros, que disparou: “Prefeitura é lugar de funcionários e não de vagabundos esportistas”.

A resposta de Adhemar, durante entrevista numa rádio, custou a ele o emprego, foi demitido. Vale lembrar que, entre as décadas de 1950 e 1960, ele era o único atleta brasileiro com projeção internacional.

“Eu era o Pelé da época. O esportista mais conhecido no Brasil todo, o nome mais venerado”, disse ele em entrevista ao Esporte Espetacular, da TV Globo. 

O casamento nos anos 50

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Nos anos 1980, quando novamente ocupou a Prefeitura de São Paulo, Jânio ofereceu um cargo importante a Adhemar, que, gentilmente, recusou.  Polêmicas à parte, o ano de 1953 ficou gravado na memória do triplista pelo seu casamento com Elza, uma amiga de infância da Casa Verde.

“A beleza da minha mãe chamou a atenção do meu pai ainda na adolescência. Eles eram praticamente vizinhos, moravam no mesmo bairro. Ela passava para ir trabalhar, já era uma mocinha; ele ainda um molecão, mas prestava bem atenção nela. Eu não sei como começou o romance, mas sei dizer que ela foi a mulher mais apropriada para ele. Meu pai pôde ter paz porque ela deu essa paz, segurando a família, segurando-o, dando força, foi muito companheira”, analisa a cantora, atriz e jornalista Adyel Silva, filha mais velha do casal. 

Fonte: Agência Senado e Comitê Olímpico Brasileiro

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