MNU receberá Medalha Tiradentes nesta quinta-feira, 26

MNU receberá Medalha Tiradentes nesta quinta-feira, 26

Share With Your Friends

Redação – redacao@negrxs50mais.com.br

Nesta quinta-feira, dia 26, o Movimento Negro Unificado (MNU) receberá a Medalha Tiradentes, por iniciativa do deputado estadual Prof. Josemar (PSOL/RJ). A condecoração é a principal concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). No mesmo dia personalidades da luta antirracista e do movimento negro, receberão o diploma Marta Almeida, que homenageia Marta Carmelita Bezerra de Almeida, ativista do MNU, desde os 14 anos, e defensora das mulheres na luta por igualdade e justiça racial. A sessão solene ocorrerá às 17horas na Elerj, no 2º andar da Rua da Ajuda, 5.

A Medalha Tiradentes, diz o Prof. Josemar, reconhece o papel fundamental do MNU na defesa de uma sociedade que garanta à população negra equidade política, econômica, social, educacional e cultural. ‘Em seus 47 anos de existência, o MNU construiu uma história de combate ao racismo e de acolhimento à população negra. É uma entidade que ajudou a construir uma nova visão de Brasil. Tem papel decisivo no combate às discriminações de raça, gênero, classe e outros marcadores sociais de opressão. Está na linha de frente no letramento racial e ajuda uma parcela cada vez maior da sociedade a entender o que é o racismo, como se manifesta e como combatê-lo.”

MNU- Medalha Tiradentes- Cartaz- convite

Diploma Marta Almeida homenageia militante dedicada do MNU

O parlamentar destaca a importância do diploma Marta Almeida, que faleceu aos 44 anos de idade em 13 de setembro de 2023. “É um personagem que devemos reverenciar. Sua dedicação ao movimento negro e sua tenacidade ao ajudar as pessoas a construírem um mundo mais justo e igualitário.”

Na solenidade o MNU será representado pelo coordenador estadual, João Batista. Entre os homenageados com diploma Marta Almeida, estão entidades como a Escola de Samba Vizinha Faladeira, o Afoxé Filhos de Gandhi/RJ, a Casa Tia Ciata, a Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), o Movimento de Mães e Familiares de Vítimas da Violência Letal do Estado e Desaparecidos Forçados e o Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro (Femnegras). Entre as personalidades estão o professor Flávio Gomes, Maria Soares (Dona Santa), Marcelo Dias e Ruth Pinheiro.

MNU tem papel fundamental na luta antirracista brasileira

O Movimento Negro Unificado (MNU) é uma das mais importantes organizações do Brasil e foi fundado em 18 de junho de 1978. Atua na denúncia de desigualdades, propõe políticas públicas, fortalece a identidade negra e reafirma seu papel histórico, cultural e social na formação do país. Na luta antirracista avança nas discussões e apresenta pautas relacionadas à educação, comunicação, saúde, habitação, justiça, direito à memória, política e na produção de dados e pesquisas sobre a população negra.

MNU - Medalha Tiradentes - primeiros atos
Primeiros atos do MNU (Foto – Jesus Carlos via Memorial da Democracia)

Foi um dos atores nos processos de inclusão do item cor/raça no censo do IBGE. Esta mobilização possibilitou traçar o perfil étnico racial da população brasileira. Tem ação fundamental para a construção de indicadores e formulação de políticas públicas. Participou das discussões e implementação de políticas de ações afirmativas, com destaque à Lei de Cotas em universidades e concursos públicos. Atuou também na proposição das leis 10639/23 e 11.645/2008, que incluíram nas diretrizes e bases da educação nacional a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo oficial da rede de ensino.

O MNU teve papel de destaque ainda na instituição do Dia 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Também papel decisivo no reconhecimento e luta da população quilombola. Nos debates sobre a Constituição de 1988 e nas lutas e mobilizações internacionais contra o racismo. Pressionou para a Constituição reconhecer o racismo como crime inafiançável e na desconstrução da falácia do mito da democracia racial. Atuou pela garantia dos direitos territoriais e culturais dos quilombos. Foi presente no debate da Lei de Cotas e na criação de bolsas de permanência dos alunos nas escolas e universidades. Foi também imprescindível na popularização do movimento negro em todo o país.

Entidade surgida em resistência ao racismo ainda durante a ditadura

A fundação do MNU – inicialmente Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNUCDR) decorreu da união de movimentos sociais em resposta ao racismo sofrido por quatro garotos negros do time infantil de voleibol do Clube de Regatas Tietê. Além desse fato, a prisão, tortura e morte de trabalhador Robson Silveira da Luz. Ele foi torturado no 44º Distrito de Guainases sob acusação de roubar frutas numa feira. Os dois fatos em São Paulo. Em julho de 1978 um grande ato público nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, decidiu pela criação da entidade.

Milton Barbosa - no ato de fundação do MNU. (Foto - Jesus Carlos via Memorial da Democracia) - Medalha Tiradentes
Milton Barbosa no ato de fundação do MNU. (Foto – Jesus Carlos via Memorial da Democracia)

Participaram da reunião de criação a Câmara de Comércio Afro-Brasileira, o Centro de Cultura e Arte Negra, a Associação Recreativa Brasil Jovem, a Afrolatino América, a Associação Casa de Arte e Cultura Afro-Brasileira, a Associação Cristã Beneficente do Brasil, o Jornegro, o Jornal Abertura, o Jornal Capoeira, a Company Soul e a Zimbabwe Soul.

Serviço

Evento: Entrega da Medalha Tiradentes ao Movimento Negro Unificado (MNU)
Local: Alerj – auditório da Elerj, 2º andar
Data : 26 de junho, quinta-feira
Horário : 17h

Leia também:


negrxs50mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *