Viagem gastronômica pela África
![Viagem gastronômica pela África](https://negrxs50mais.com.br/wp-content/uploads/2020/05/Sabores-africanos-no-Rio.jpg)
Passear pelos sabores da África sem abandonar o isolamento social provocado pela pandemia do Covid 19. Isso é possível por meio dos pratos oferecidos por, pelo menos, três restaurantes cariocas. O Afro Gourmet, o Dida Bar e o Restaurante do Nando. Em comum eles têm proprietários negros que valorizam a pesquisa para os pratos que oferecem e, neste momento, serviços de entrega domiciliar.
O Afro Gourmet é comandado pela chef Dandara Batista e, em tempos normais, funciona no Grajaú, na Zona Norte do Rio. Fica na Rua Barão de Mesquita. O cardápio varia de acordo com o dia da semana e oferece pratos individuais de excelente qualidade. É possível pesquisar no Facebook e checar qual dia mais agrada, ou ir sem saber e ter uma boa surpresa (essa é a recomendação do Negrxs50+).
Receita com influência do povo Hauçá
![](https://negrxs50mais.com.br/wp-content/uploads/2020/05/Calulu-restaurante-Afro-Gourmet-1.jpg)
Em um dia pode ter o Calulu (foto) originário de Angola e São Tomé e Príncipe, que reúne um molho de espinafre, tomate, especiarias, azeite de dendê acompanhado de sobrecoxa e coxa de frango, arroz de açafrão, vinagrete de quiabo e banana da terra frita. Noutro uma delícia típica do Senegal, o Mafê de frango, acompanhado de cuscuz marroquino
Com o restaurante é possível conhecer até um pouco de história. O Arroz de Hauçá (feito com arroz de leite coco, carne seca refogada e molho de camarão), por exemplo, é uma receita com influência do povo Hauçá, etnia africana de religião mulçumana localizada principalmente no norte da Nigéria, e ao sudoeste do Rio Níger, mas também presente em Camarões, Sudão, Costa do Marfim e Gana. Muitos Hauçás escravizados foram trazidos para a Bahia, onde eram chamados de Malês, termo usado para designar os negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em árabe.
Entre outras opções estão o Arroz de rabada; o Ragu de cogumelos com polenta; a Moqueca de dourado; a Bisteca suína com tutu de feijão vermelho; a Galinhada; a Moqueca de banana da terra; o Arroz cremoso de coentro com cavaquinha e o Bobó de camarão. Até veganos têm vez com um Bobó de cogumelos.
Serviço:
Rua Barão do Bom Retiro, 2316, loja A – Grajaú
Telefones são (21) 9 6434 0751 (WhatsApp) e (21) 3489 7354. Pedidos podem ser feitos também pelos aplicativos Ifood, Uber Eats e Rappi. Os pedidos para a Zona Sul e Centro do Rio devem ser feitos até às 10horas
A nova carreira da economista Dida
O Dida Bar une culinária de pesquisa africana e música. Criado por Dida Nascimento, economista que após se aposentar resolveu investir em uma nova carreira e que, para se inspirar, faz visitas regulares a diferentes países africanos e traz suas releituras para as mesas do restaurante que funciona na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio.
Dida explica que sua cozinha é uma mix de África, Nordeste brasileiro e as comidas e petiscos de boteco do próprio Rio de Janeiro.
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Entre os destaques estão os Caril de Camarões, preparado com camarão em molho espesso de tonalidade amarelada, com toques de açafrão, cominho, coentro e curry, para tornar mais saboroso é servido no abacaxi. A sugestão é uma inspiração de Moçambique (foto). O Baião de dois, a feijoada, o Peixe à mãe Beata, o Entrecôte com palmito grelhado, o Bobó de camarão e o Camarão no coco (acompanha arroz com castanhas e lascas de coco e farofa de dendê). Boa opção são também os pratos executivos.
Na lista dos petiscos estão o bolinho de feijoada, cigarretes de queijo coalho, as empadas de camarão, de carne seca com abóbora e a galinha caipira com mostarda. Na linha dos africanos está a cestinha de hauçá (bolinho de arroz com camarão e molho de camarão acompanhado de carne seca), inspirado na Nigéria.
Serviço:
No site https://didabar.com.br/Cardapio-delivery-dida-bar.pdf é possível encontrar o cardápio completo. Para pedidos os telefones são 2504-0841 / 97956-4883 (Só ligação). Rua Barão de Iguatemi, 408 – Praca da Bandeira
Feijoada dos Pretos Velhos
No Centro do Rio, no tradicional Largo de São Francisco da Prainha, 9, está a Casa do Nando, onde o próprio dono além de cozinhar, faz entregas de bicicleta nas redondezas. Quando é mais distante entra em cena um mototáxi. Foi a forma encontrada para manutenção do autodenominado Quilombo Cultural.
![](https://negrxs50mais.com.br/wp-content/uploads/2020/05/Casa-do-Nando-feijoada.jpg)
O cardápio da casa tem preços fixos. De segunda a sexta-feira os pratos saem por R$15 e aos sábados por R$20, mas o restaurante aceita contribuições solidárias de quem quiser contribuir com um pouco mais. Entre as opções estão estrogonofe de porco com batatas afromatizadas; carré à mineira; feijoada (foto), rabada de quarta, mocotó de grão de bico (mão de vaca), bobó de camarão e contra filé.
Serviço:
Os pedidos devem ser feitos pelo 21-9 8381 5721 (WhatsApp). Largo São Francisco da Prainha, 9