Viagem gastronômica pela África

Viagem gastronômica pela África

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Passear pelos sabores da África sem abandonar o isolamento social provocado pela pandemia do Covid 19.  Isso é possível por meio dos pratos oferecidos por, pelo menos, três restaurantes cariocas. O Afro Gourmet, o Dida Bar e o Restaurante do Nando. Em comum eles têm proprietários negros que valorizam a pesquisa para os pratos que oferecem e, neste momento, serviços de entrega domiciliar.

O Afro Gourmet é comandado pela chef Dandara Batista e, em tempos normais, funciona no Grajaú, na Zona Norte do Rio. Fica na Rua Barão de Mesquita. O cardápio varia de acordo com o dia da semana e oferece pratos individuais de excelente qualidade. É possível pesquisar no Facebook e checar qual dia mais agrada, ou ir sem saber e ter uma boa surpresa (essa é a recomendação do Negrxs50+).

Receita com influência do povo Hauçá

Em um dia pode ter o Calulu (foto) originário de Angola e São Tomé e Príncipe, que reúne um molho de espinafre, tomate, especiarias, azeite de dendê acompanhado de sobrecoxa e coxa de frango, arroz de açafrão, vinagrete de quiabo e banana da terra frita.  Noutro uma delícia típica do Senegal, o Mafê de frango, acompanhado de cuscuz marroquino

Com o restaurante é possível conhecer até um pouco de história. O Arroz de Hauçá (feito com arroz de leite coco, carne seca refogada e molho de camarão), por exemplo, é uma receita com influência do povo Hauçá, etnia africana de religião mulçumana localizada principalmente no norte da Nigéria, e ao sudoeste do Rio Níger, mas também presente em Camarões, Sudão, Costa do Marfim e Gana. Muitos Hauçás escravizados foram trazidos para a Bahia, onde eram chamados de Malês, termo usado para designar os negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em árabe.

Entre outras opções estão o Arroz de rabada; o Ragu de cogumelos com polenta; a Moqueca de dourado; a Bisteca suína com tutu de feijão vermelho; a Galinhada; a Moqueca de banana da terra; o Arroz cremoso de coentro com cavaquinha e o Bobó de camarão. Até veganos têm vez com um Bobó de cogumelos.

Serviço:

Rua Barão do Bom Retiro, 2316, loja A – Grajaú
Telefones são (21) 9 6434 0751 (WhatsApp) e (21) 3489 7354. Pedidos podem ser feitos também pelos aplicativos Ifood, Uber Eats e Rappi. Os pedidos para a Zona Sul e Centro do Rio devem ser feitos até às 10horas

A nova carreira da economista Dida

O Dida Bar une culinária de pesquisa africana e música. Criado por Dida Nascimento, economista que após se aposentar resolveu investir em uma nova carreira e que, para se inspirar, faz visitas regulares a diferentes países africanos e traz suas releituras para as mesas do restaurante que funciona na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio.  

Dida explica que sua cozinha é uma mix de África, Nordeste brasileiro e as comidas e petiscos de boteco do próprio Rio de Janeiro.

Entre os destaques estão os Caril de Camarões, preparado com camarão em molho espesso de tonalidade amarelada, com toques de açafrão, cominho, coentro e curry, para tornar mais saboroso é servido no abacaxi. A sugestão é uma inspiração de Moçambique (foto). O Baião de dois, a feijoada, o Peixe à mãe Beata, o Entrecôte com palmito grelhado, o Bobó de camarão e o Camarão no coco (acompanha arroz com castanhas e lascas de coco e farofa de dendê). Boa opção são também os pratos executivos.

Na lista dos petiscos estão o bolinho de feijoada, cigarretes de queijo coalho, as empadas de camarão, de carne seca com abóbora e a galinha caipira com mostarda.  Na linha dos africanos está a cestinha de hauçá (bolinho de arroz com camarão e molho de camarão acompanhado de carne seca), inspirado na Nigéria.

Serviço:

No site https://didabar.com.br/Cardapio-delivery-dida-bar.pdf é possível encontrar o cardápio completo. Para pedidos os telefones são 2504-0841 / 97956-4883 (Só ligação). Rua Barão de Iguatemi, 408 – Praca da Bandeira

Feijoada dos Pretos Velhos

No Centro do Rio, no tradicional Largo de São Francisco da Prainha, 9, está a  Casa do Nando, onde o próprio dono além de cozinhar, faz entregas de bicicleta nas redondezas. Quando é mais distante entra em cena um mototáxi. Foi a forma encontrada para manutenção do autodenominado Quilombo Cultural.

O cardápio da casa tem preços fixos. De segunda a sexta-feira os pratos saem por R$15 e aos sábados por R$20, mas o restaurante aceita contribuições solidárias de quem quiser contribuir com um pouco mais. Entre as opções estão estrogonofe de porco com batatas afromatizadas; carré à mineira; feijoada (foto), rabada de quarta, mocotó de grão de bico (mão de vaca), bobó de camarão e contra filé.

Serviço:

Os pedidos devem ser feitos pelo 21-9 8381 5721 (WhatsApp). Largo São Francisco da Prainha, 9 

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