Mulheres debatem violência e igualdade de gênero em encontros virtuais

Mulheres debatem violência e igualdade de gênero em encontros virtuais

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Redação – redacao@negrxs50mais.com.br*

Uma série de encontros virtuais é oportunidade para que negras, quilombolas, indígenas, imigrantes e LBTI indiquem avanços e retrocessos ocorridos desde a 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, (Conferência de Beijing, na China), em 1995.  Os debates seguem até sexta, dia 03, e podem ser acompanhados pela plataforma https://www.youtube.com/rebrapd/live, sempre das 9h às 12h e das 13h30min às 16h30min

A Conferência de Beijing foi o maior evento internacional sobre igualdade de gênero já realizado e sua pauta atualizada tem entre as prioridades o debate sobre o feminicídio, que  cresceu 22,2%, entre março e abril deste ano, em 12 estados do país, quando comparado ao ano passado, segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), produzido a pedido do Banco Mundial.

Violência Doméstica na pandemia de Covid-19

Intitulado “Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19”, o documento foi criado a partir de dados coletados nos órgãos de segurança dos estados brasileiros. Ele revela que o Brasil é o quinto lugar mais perigoso para mulheres no mundo. A cada quatro minutos uma mulher é agredida e a cada quatro horas, uma é assassinada.

“O nosso objetivo é ampliar a pluralidade de vozes e diminuir nossas inúmeras desigualdades regionais. Por isso convidamos ativistas mulheres negras, quilombolas, indígenas, LBTI e imigrantes, prioritariamente das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste do Brasil, para refletir os avanços, lacunas e desafios dos direitos das mulheres. O objetivo é articular o global e o local na promoção de uma agenda de desenvolvimento sustentável, baseada na igualdade de gênero”, explica um dos organizadores, Richarlls Martins, da Rede Brasileira de População e Desenvolvimento.

Plano pela melhoria das condições de vida da população

A iniciativa faz parte da “Plataforma Beijing + 25 Brasil” que, além de revisar os 25 anos após o encontro, quer relembrar os cinco anos da criação da Agenda 2030, um conjunto de medidas e metas assinadas por 193 países, incluindo o Brasil, como um plano de ação para a melhoria das condições de vida da população e do planeta e, entre outras coisas, preveem a erradicação da fome, a redução ou extinção do impacto das mudanças climáticas e a promoção da igualdade de gênero no mundo.

Richarlls lembra que entre 2003 e 2015, o Brasil estabeleceu marcos institucionais como o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei da Imigração, o Estatuto do Idoso, o Estatuto da Juventude, a Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT, o Subsistema de Atenção aos Povos Indígenas, a PEC das Domésticas e especialmente a Lei Maria da Penha, instrumentos legais fundamentais que possibilitaram avanço no campo dos direitos das mulheres.

Barreiras estruturais impedem vidas seguras

Mas destaca que desde a deposição de Dilma Rousseff, em 2016, o país experimenta maior dificuldade na implementação de políticas públicas com foco nos direitos das mulheres, especialmente as negras, indígenas, de comunidades tradicionais e periféricas. “Existem barreiras estruturais severas que impedem a implementação de ações integradas, sistêmicas e contínuas na garantia da vida segura e sem violência de mulheres e meninas no Brasil”, ressalta ele.

O GT Agenda 2030 reúne 48 entidades de diferentes setores que, juntas, cobrem todas as áreas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ele atua na difusão, promoção e monitoramento da Agenda 2030 e busca divulgar os ODS, mobilizar a sociedade civil e incidir politicamente junto ao governo brasileiro e o sistema das Nações Unidas para a sua implementação. O GT é financiado pela União Europeia.

Programação

Dia 01/07 – Mulheres Indígenas no contexto da COVID-19

9h às 9h15min: Mesa de Abertura

9h15min às 11h: 1995 – 2020: Avanços e desafios na agenda das mulheres indígenas no Brasil

11h às 12h: Violências e as mulheres indígenas

13h30min às 14h30min: Comunicação, dados e informação na promoção da saúde das mulheres indígenas

14h30min às 15h30min: Diálogo intergeracional e intercultural entre mulheres indígenas na pandemia

15h30min às 16h30min: Beijing+25 na pandemia: Agenda 2030 e mulheres indígenas

Dia: 02/07 – Mulheres negras no contexto da COVID-19

9h às 9h15min: Mesa de Abertura

9h15min às 11h: 1995 – 2020: Avanços e desafios na agenda de gênero e raça no Brasil

11h às 12h: Igualdade de Gênero e ODS

13h30min às 15h30min: COVID-19 e a articulação das mulheres negras no Norte

15h30min às 16h30min: Beijing+25 na pandemia: Agenda 2030 e mulheres negras


Dia: 03/07 – Mulheres imigrantes no contexto da COVID-19

9h às 9h15min: Mesa de Abertura

9h15min às 11h: 1995 – 2020: Avanços e desafios na agenda da imigração e gênero no Brasil

11h às 12h: Igualdade de Gênero e Economia Solidária

13h30min às 15h30min: Desafios da resposta humanitária de atenção às mulheres imigrantes

15h30min às 16h30min: Beijing+25 na pandemia: Agenda 2030 e mulheres imigrantes

*Fonte: https://gtagenda2030.org.br/

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