Flup2020 começa sábado ciclo gratuito Lélia Gonzalez

Flup2020 começa sábado ciclo gratuito Lélia Gonzalez

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“Ancestralidade – Lélia Gonzalez: a mulher negra na sociedade brasileira” é o tema do painel que reúne Cida Bento e Jurema Werneck neste sábado, dia 19, às 19 horas. Será o início do ciclo gratuito Lélia Gonzalez, uma intelectual amefricana dentro da programação da #Flup2020. O evento acontecerá todos os sábados no canal do YouTube e na página do Facebook como um #EsquentaFlup que antecede Festa Literária das Periferias marcada para o dia 29 de outubro. As lives contarão com opção de legendagem no vídeo.

O ciclo dedicado a Lélia Gonzalez propõe um diálogo com os corpos vulneráveis – mulheres, indígenas (principalmente os da Região Amazônica), pessoas negras e LGBTQIA+.

Legado de Lélia e reunião de gerações

Segundo a organização do evento, debater o legado de Lélia Gonzalez é “uma oportunidade extraordinária para reunir diversas gerações de mulheres negras – de Cida Bento a Yasmin Thayná, todas elas são herdeiras da criadora do conceito que norteará a curadoria da Flup.”

O termo “amefricanidade” foi criado por Lélia, que produziu sua obra durante a ditadura militar, englobando o corpo indígena que tão vulnerável quanto o corpo negro. Lélia abriu vários caminhos, dos quais o feminismo negro é dos mais importantes.

Serão sete painéis com programação interseccional, que envolverá corpos femininos, negros, indígenas e LGBTQIA+. Esse primeiro, com mediação de Giovana Xavier, será uma conversa sobre a longa caminhada de mulheres negras que fizeram de suas vidas exemplo de luta e de resistência. Cida e Jurema pavimentaram caminhos para que o movimento de mulheres negras contemporâneo seja considerado o que mais cresceu na última década.

Na primeira etapa, de maio a agosto, a Flup digital homenageou Carolina Maria de Jesus, com o ciclo “Uma revolução chamada Carolina”.

Ancestralidade – com passos que vêm de longe⠀⠀

A organização da Flup destaca que a intenção é enfatizar, para a geração de jovens negrxs atual, o significado que as suas vozes representam nas diversas áreas do conhecimento. O ciclo gratuito “Lélia Gonzalez, uma intelectual amefricana” será um mosaico; uma malha que conecta as partes umas às outras, mas também existe em si. “Queremos criar um espaço transversal de conhecimento plural, que possa ser partilhado com geral que nos acompanha! Como foi dito, o ciclo todo é um processo, uma cartografia possível do pensamento de Lélia Gonzalez. E, se tratando de ancestralidade, como diz Nilza Iraci: “Nossos passos vêm de longe”.

Jurema Werneck

É ativista e médica (pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense) e doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nascida no Morro dos Cabritos, em Copacabana, tem uma longa trajetória de luta no movimento de saúde da população negra e dos direitos humanos. É fundadora da ONG Criola, que desde 1992 atua pela garantia dos direitos das mulheres negras no país.
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Em 2017, assumiu a direção executiva da Anistia Internacional Brasil, que é uma das maiores e mais importantes organizações de direitos humanos do mundo. Jurema integra o conselho diretor da Global Fund for Women e também é presidenta do conselho de administração do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Em 2000, organizou o livro “Saúde das Mulheres Negras: Nossos Passos Vêm de Longe” (em conjunto com Evelyn C. White e Maria Luísa Mendonça).

Cida Bento

É psicóloga e diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT). A entidade atua na redução das desigualdades raciais e de gênero no ambiente de trabalho. Doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo e autora da tese “Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público”. Também é professora visitante na Universidade do Texas em Austin (EUA).

Giovana Xavier

É ariana, mãe, candomblecista e ativista científica dedicada à sala de aula, à pesquisa e à produção de teorias feministas negras na perspectiva da ciência de mulheres negras. É doutora em história social pela Unicamp, com doutorado sanduíche na New York University, mestra em história (UFF), e especialista em história da África e cultura afro-brasileira (UCAM).

Teórica feminista negra, professora adjunta de prática de ensino de história e da disciplina Intelectuais Negras na Faculdade de Educação da UFRJ. Também lidera o Programa de Aceleração de Lideranças Femininas Negras Marielle Franco, com o projeto “Ciência de Mulheres Negras: liderança acadêmica e pesquisa ativista no Brasil”.

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