‘Samba Pras Moças’, Zeca Pagodinho em versão remasterizada
Por Affonso Nunes do blog Na Caixa de CD*
Está na internet o CD “Samba pras Moças, lançado por Zeca Pagodinho há 25 anos. A Universal Music subiu para as plataformas digitais, em uma edição remixada, com melhor qualidade sonora. É um dos álbuns mais especiais de sua discografia. Para execução, recrutou Flávio Senna, o mesmo engenheiro de som do projeto original, e Max Pierre, o diretor artístico da época.
Zeca está pouco a vontade na pandemia. Nos primeiros meses, se sentia um “siri na lata” e decidiu sair do apartamento para sua casa em Xerém. Fez duas lives, que foram sucesso de público, mas admite que não está conseguindo compor nesse período. Mais um motivo para o seu público fiel relembrar o disco de 1995.
Diretor musical de Zeca Pagodinho, o violonista Paulão Sete Cordas tem boas lembranças deste álbum: “‘Samba Pras Moças” é um álbum muito especial para o Zeca, pois foi a primeira vez que ele teve no estúdio o acompanhamento de naipes de cordas e metais. E essa orquestração tinha muito a ver com um momento em que a gafieira estava em alta. Lembro que o Max Pierre deu todo o respaldo e recursos para o Rildo Hora, que produziu o CD.
A virada na carreira
O resultado foi o que todos sabemos: uma virada na carreira dele. A faixa ‘Samba Pras Moças’ foi um enorme sucesso, assim como outras. Músicas do Nei Lopes, da Guiomar… Tem ali ‘Requebra. Morena’, um samba belíssimo do Paulo César Pinheiro e do Mauro Duarte, que eu queria muito que o Zeca gravasse desde que mostrei a canção pra ele”, conta o músico.
“Samba Pras Moças” também marcou a estreia de Zeca Pagodinho na Universal, gravadora pela qual o artista já lançou mais de 15 discos. Entre eles estão o “Deixa a Vida Me Levar” (2002), “Zeca Pagodinho Acústico MTV” (2003) e “Água da Minha Sede” (2000). No repertório do álbum revisitado, prevalece uma característica do sambista, que é juntar compositores consagrados com nomes menos conhecidos. Assim, bambas como Martinho da Vila, Monarco, Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro, Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Almir Guineto, Guiomar e Nei Lopes dividem espaço com Maurição, Tio Hélio, Barbeirinho do Jacarezinho e outros.
Entre as 13 faixas, sucessos retumbantes, além da faixa-título, “O Bicho Que Deu” e “Vou Botar Teu Nome na Macumba”. No encarte do álbum, assinado por Zeca, o sambista escrevia sobre a recente perda do gênio brasileiro do violão, Raphael Rabello, que havia falecido em abril do mesmo ano. Ouçam aqui a versão remixada:
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