André Rebouças no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

André Rebouças no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

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Redação* – redacao@negrxs50mais.com.br

Engenheiro negro lutou pelo abolicionismo e deixou importante legado em obras públicas do país

André Pinto Rebouças (1838-1898) é o novo nome no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, a partir da Lei 15.003/2024 sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira. Primeiro engenheiro negro a se formar na Escola Militar e um dos mais importantes articuladores do movimento abolicionista brasileiro, do qual foi um dos líderes dessa causa. Amigo próximo da família real, foi defensor da reforma agrária e de outros avanços sociais no país. Com a publicação do texto no Diário Oficial da União, houve o registro no documento do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.

André Rebouças - Antônio Rebouças- Livro de heróis - Panteão
Bustos dos irmãos André e Antônio Rebouças na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro

André Rebouças dedicou-se intensamente à causa abolicionista e participou de diversas sociedades em prol da libertação e emancipação dos escravizados. A partir de 1876, ingressou como professor na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Graduado em engenharia civil, lutou na Guerra do Paraguai e projetou a estrada de ferro que liga Curitiba ao Porto de Paranaguá, no Paraná.

A homenagem aprovada em setembro pelo Senado Federal é de autoria do ex-deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) com o projeto de lei (PL) 10.390/2018, da Câmara dos Deputados. No Senado tramitou como PL 1.774/2024, sob a relatoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

Pioneiro que criou novas técnicas na engenharia

André Rebouçãs - Antônio Rebouças- Livro de heróis - Panteão
André e Antônio Rebouças

André Rebouças nasceu em Cachoeira, na Bahia no dia 13 de janeiro de 1838. Era filho de Antônio Pereira Rebouças, um mulato autodidata que exercia a profissão de advogado, e de Carolina Pinto Rebouças, filha de um comerciante. Em 1842, seu pai foi eleito deputado pela Bahia ao Parlamento Imperial e migrou para o Rio de Janeiro com a família ainda criança, em 1846.

Franzino, André passou os primeiros anos de vida quase sempre doente. Ele e o irmão Antônio ingressaram ainda adolescentes na Escola Militar (precursora da Politécnica) e formaram-se engenheiros militares em 1860.

Atuou em grande parte de sua trajetória ao lado do irmão Antônio e ambos são homenageados com o nome do túnel mais importante do Rio. Ele foi responsável por diversos projetos de infraestrutura do país, como estradas de ferro, pontes e sistemas de abastecimento de água. Entre as principais obras de que participou, está a da Estrada de Ferro Central do Brasil, que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Também elaborou o projeto inicial da ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá, no Paraná.

Como inventor, registrou até patentes, entre elas a de um processo para fabricação de tijolos de concreto mais baratos e duráveis para a construção civil. Em 1874, ao lado de seu irmão Antônio, projetou a Ponte Irmãos Rebouças de Piracicaba (SP), a primeira em concreto armado do Brasil.

Do movimento abolicionista ao livro de heróis da pátria

A partir dos anos 1880, envolveu-se mais a fundo com o movimento abolicionista, junto com os amigos Joaquim Nabuco e Afonso Taunay. Participou de diversas sociedades em prol da libertação e emancipação dos escravizados.

Após a morte de d. Pedro II em 1891, de quem era amigo, Rebouças partiu para o continente africano. O objetivo era trabalhar para auxiliar a desenvolver a África. Depois de assumir as suas raízes africanas, acabou decepcionando-se com a condição de exclusão e pobreza dos africanos em seu próprio continente. Rebouças morreu na Ilha do Funchal em 9 de maio de 1898, aos 60 anos.

*Fonte: Agência Senado, com informações da Agência Gov e do site ebiografia  

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