Livro conta a história do porto do Rio
Redação – redacao@negrxs50mais.com.br
Dividido por séculos, o livro “Um Porto para o Mar” conta a história do porto do Rio ao longo de suas 104 páginas. É um passeio pelo tempo e territórios históricos da região portuária e do Centro da cidade. Lugares onde nasceu o samba, chegaram escravizados e imigrantes voluntários e que geram trabalho e lazer para milhares de pessoas de muitas gerações.
“Um Porto para o Mar” (Editora Sapoti), relata a importância dos diversos portos, ancoradouros e trapiches da Baía de Guanabara nos acontecimentos históricos da cidade e do próprio país. Escrito por Daniela Chindler, junto com Flavia Rocha Gil Cardoso e Mariana Rigoli, com revisão histórica de Rodrigo Lauriano, promove uma viagem no tempo.
“No século XXI temos a oportunidade de voltar ao passado para recontar e conhecer personagens que formaram a cidade do Rio de Janeiro, como Tia Ciata, Augusto Malta, João do Rio, André Rebouças e outros.”, diz Daniela Chindler.
Mapas antigos inspira ilustrações de ‘Um Porto para o Mar’
A obra é pontuada pelas ilustrações de Camilo Martins. Ele se inspirou em antigos mapas e nas linhas dos primeiros cartógrafos nos continentes americanos. A partir daí modernizou os traços conforme o livro evolui. “Assim como a relação do homem com o mar, as ilustrações são repletas de colagens, texturas e maresia”, afirma Camilo, que tem um trabalho de pesquisa sobre religiões de matrizes africanas.
O livro mostra o aparecimento do carnaval – na época conhecido como entrudo. Aborda a transferência da “cabeça do Estado do Brasil” da Bahia de Todos os Santos para o Rio de Janeiro. Relata o crescimento do porto da Baía de Guanabara e a inauguração do Cais do Valongo, em 1774. Narra a chegada da família real. Mais tarde as reformas do prefeito Francisco Pereira Passos, incluindo a inauguração oficial do Porto do Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1910.
Rio de Janeiro do século XXI redescobre Zona Portuária
“Um Porto para o Mar” encerra sua viagem em 2024, com uma nova transformação na cidade. Se no século XX a região do Centro deu as costas para o horizonte marítimo, o século XXI busca reunir outra vez a cidade e o mar. O viaduto da Perimetral é demolido e se torna um marco para a reurbanização da área: um reencontro com a zona portuária, a Baía de Guanabara e a história.
O Cais do Valongo, em 2017, passa a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Por ele, reconhecido como o maior porto receptor de escravos do mundo, chegou cerca de um milhão de africanos escravizados ao Brasil. Foram cerca de 40 anos de atividade.
Serviço:
- Um Porto para o Mar
- Curadoria: Daniela Chindler
- Autores: Daniela Chindler, Flavia Rocha, Gil Cardoso e Mariana Rigoli
- Ilustrações: Camilo Martins
- Editora Sapoti – 104 páginas
- Preço: R$ 35