PANCs oferecem mais nutrientes e sabores à alimentação

PANCs oferecem mais nutrientes e sabores à alimentação

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Por Carina Accioly*

A sigla “PANC” significa “Planta Alimentícia Não Convencional” e se refere àquelas plantas que não são cultivadas e comercializadas nos sistemas convencionais em uma determinada região. Isso significa que uma planta pode ser considerada uma PANC em um local, mas ser uma planta convencional em outra região. O consumo de PANCs traz uma maior variedade de nutrientes à alimentação, além de uma variedade nova de sabores, cores e possibilidades de receitas.

Um exemplo da flexibilidade da definição das PANCs são plantas como o jambu e a ora-pro-nóbis, muito consumidas em outras regiões do país, mas que não são facilmente encontradas no Rio de Janeiro, onde são incluídas na classificação.

Sendo um termo referente apenas à utilização desses alimentos, as PANCs não são necessariamente nativas, podem ser plantas trazidas de outros locais e pouco consumidas em determinada região. PANCS podem ser verduras, raízes, cereais, castanhas, temperos, legumes e frutas; alguns consideram também as “partes alimentícias não convencionais”, como o coração de bananeira, a flor da abobrinha, da abóbora e da batata-doce, a semente da jaca, entre outros.

Algumas PANCs

  • Ora-pro-nobis
  • Bertalha
  • Taioba
  • Hibisco
  • Folhas da batata doce
  • Azedinha
  • Mangará ou coração de bananeira
  • Jambu
  • Almeirão de árvore

Maior variedade de nutrientes

As PANCs são uma das formas de trazer maior biodiversidade alimentar para nosso prato e para os agricultores. Com necessidades sazonais distintas, podem permitir uma oferta maior de alimentos ao longo do ano. Além disso, algumas espécies podem ser mais resistentes a pragas, secas ou excesso de chuvas, doenças e oscilações de temperatura.

O consumo de PANCs traz uma maior variedade de nutrientes do que nossa alimentação convencional, além de uma variedade nova de sabores, cores e receitas para a nossa alimentação. Trazem também a valorização de nossa biodiversidade e de espécies muitas vezes nativas, além de conhecimentos tradicionais de produção e consumo desses alimentos.

Entender como essas plantas se inserem e são utilizadas em suas regiões e culturas de origem pode trazer conhecimentos novos sobre seus valores simbólicos para aquela população, possíveis usos tradicionais e novos para aqueles alimentos, além de recomendações sobre as formas de preparo para um melhor aproveitamento nutricional, e para evitar formas de preparo inadequadas do alimento.

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*Carina Accioly é estudante de gastronomia da UFRJ

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