Protesto contra o assassinato de Moise Kabamgabe será sábado na Barra

Protesto contra o assassinato de Moise Kabamgabe será sábado na Barra

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Redação – redacao@negrxs50mais.com.br

No próximo sábado, dia 05 de fevereiro, um ato de protesto contra o assassinato do jovem refugiado congolês Moïse Kabamgabe será realizado às 10 horas, no local onde aconteceu o crime, no quiosque Tropicália, no Posto 8, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A mobilização envolve entidades do movimento negro, aliadas antirracistas e militantes. Parte desses, participou de uma plenária online organizada pelo IPCN (Instituto de Pesquisa e Cultura Negra) na noite de segunda-feira, 31, quando foi aprovado encaminhamento à Prefeitura do Rio do pedido de cassação da licença de funcionamento do quiosque.

Protesto contra o assassinato- Moise Kabamgabe- quiosque Tropicália- Justiça por Moise Mugenyi

Com a presença de mais de 200 pessoas, foi definida também uma série de ações para apoio jurídico, de comunicação e de suporte à família de Moise, inclusive no aspecto financeiro. Os participantes concordaram em buscar acordo com todas as lideranças do Movimento Negro, a família e Organizações Não Governamentais  para criar uma pauta unificada de reivindicações que deverá ser entregue em audiências ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; ao procurador geral do Estado do Rio de Janeiro, Bruno Teixeira Dubeux e ao prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes.

Carta para denúncia para exigir apurações e punições

Para incrementar a divulgação e pressionar as autoridades a solucionarem o assassinato, materiais de comunicação deverão ser criados. Na reunião já foram indicadas hashtags a serem incluídas nas redes sociais:

#JustiçaparaMoise; #RacismoMatouMoise!; #QuemMatouMoise?; #ChegaDeRacismo!; VidasNegrasImportam,paremdeNosMatar! e #BastaDeRacismo!

Ainda com o objetivo de dar visibilidade ao assassinato e cobrar punição dos assassinos, uma carta denúncia será encaminhada a entidades como a ACNUR – Agência da ONU para Refugiados no Brasil; a UPA – União Panafricana; AIB – Anistia Internacional Brasil e a OAB/RJ – Ordem dos Advogados do Brasil; a  Embaixada do Gongo

Entenda o crime:

Moise Mugenyi, de 24 anos, foi covardemente assassinado a pancadas no dia 24 de janeiro pelo gerente e outros empregados do quiosque Tropicália, onde trabalhava como atendente. As testemunhas dizem que ele cobrou o pagamento por três dias de serviços prestados e, por isso, foi agredido até a morte.

Protesto contra o assassinato- Moise Kabamgabe- quiosque Tropicália

Moise nasceu na República do Congo. Vivia no Brasil com a mãe e irmãos, todos refugiados políticos. O primo, Yannick Kamanda, que teve acesso aos vídeos do crime, diz que: “Vieram e bateram nele nas costas com taco de beisebol. Veio outro com uma corda, amarrou ele, com as mãos e as pernas para trás. Passou a mesma corda pelo pescoço. Ficou amarrado no mata-leão, apanhando, tomando taco de beisebol nas costelas”.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta áreas hemorrágicas de contusão nos pulmões e vestígios de bronco aspiração de sangue. Segundo os peritos, a causa da morte foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente. O enterro de Moise foi no domingo (30).

Outros atos por justiça serão realizados no país:

No sábado, dia 5

  • São Paulo, no MASP – Avenida Paulista, às 10 horas;
  • Belo Horizonte (MG) – Praça Sete de Setembro, s/n – Centro, às 17horas;
  • Curitiba (PR) – Largo da Ordem – Rua Trajano Reis, São Francisco – às 17horas;
  • Araraquara (SP) – em frente à Prefeitura – às 10horas
  • Porto Alegre (RS) (local a ser definido) –  às 10horas.

No domingo, dia 6

  • Belém (PA) – Praça da República – às 9horas
protesto contra assassinato- Moise Kabamgabe- São Paulo- Masp

A embaixada do Congo no Brasil, informou outros quatro casos de congoleses assassinados com brutalidade no país e cobrou explicações das autoridades.

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atualização em 03/02

negrxs50mais

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