Turbante é estilo com resistência e empoderamento

Turbante é estilo com resistência e empoderamento

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Patrícia Dias-Moda-Imagem-Negros-marketing Por Patry Dias*

Apesar de muitas críticas sobre o turbante, para nós, negros brasileiros, ele tem uma história muito profunda que vai além da moda. No Brasil, o turbante não só representa um passado de escravagismo e marginalização, mas a referência da riqueza dos nossos ancestrais africanos. O turbante é estilo com resistência e empoderamento por todos esses anos.

Paul Poiret - Metropolitan Museum
Modelo de Paul Poiret -1911-
Metropolitan Museum

De origem incerta, porém notada tanto na África quanto no Oriente, o turbante foi utilizado por diversos povos até mesmo antes de Cristo. Homens e mulheres usam e usavam turbantes, mas em algumas culturas, como as islâmica e indiana, o turbante é um acessório bem típico do público masculino.

Na África, os turbantes fazem parte da cultura e, dependendo da região, cada amarrado ou estampa tem um significado diferente. Pode ser origem, tribo ou casta, representação religiosa como o Ojá africano, ou até mesmo posição social.

O turbante fez presença com grandes nomes da moda desde 1910. Primeiro com o costureiro francês Paul Poiret, mais tarde com Coco Chanel. Depois com as atrizes de Hollywood e hoje vem reinando e se popularizando pelo mundo.

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Proteção e enfeite com muito estilo

Mas o turbante não só enfeita como protege contra o sol. Sem contar que, quando você não tem muito tempo ou dinheiro para se produzir, o turbante resolve o visual com muito estilo.

O turbante africano, como referência na moda, tem dado visibilidade a novos empreendedores do segmento Moda Afro, que cresce a cada dia.

Mírian dos Anjos, personal stylist e consultora de imagem é dona de uma beleza diferenciada com seus olhos mágicos. Ela criou a Kinah com o objetivo de usar a moda como expressão da nossa cultura ancestral e para que as pessoas pretas possam se sentir representadas na estética social. O turbante para ela é carregado de significados de vários povos, além de ser um acessório que confere beleza e praticidade no dia a dia. Dentro da perspectiva afrodiaspórica, nos dias atuais, o turbante representa a beleza, a resistência e o orgulho de nossas raízes.

A cara da nega e os tecidos africanos

Já Renata Castro começou em 2014. Ela trabalhava somente com a cosmética artesanal, porém sempre usava muito turbante, muito tecido africano e suas clientes gostavam demais do seu estilo com resistência e empoderamento. Começou a fazer roupas para as clientes e colocar as peças na sua loja de cosmética natural.

A  clientela aumentou e ela resolveu colocar sua marca nas redes sociais. Seu marido quis dar o nome de Oliva, nome de turbância, mas ela falou que deveria ser um nome que fosse a sua cara. Seu marido, então, batizou a marca de “A cara da nega”.

“A Cara da Nega”, cada vez mais, amplia as suas vendas e Renata passou a ir à África todos os anos em um trabalho missionário, quando aproveita para comprar tecidos.

Ela diz que seu trabalho é voltado para todas as mulheres e principalmente para as que passam por processo de dor e fazem tratamentos como alopecia e câncer. “‘A Cara da Nega’ leva cor, sorriso, amor e auto estima. Para mim usar turbante é vida, onde levo tudo de bom para todos”, diz Renata.

Patry Dias- Turbante- Marcelo de Gang- Luciana Avellar- estilo com resistência e empoderamento
Patry Dias de turbante com alta Costura de Marcelo de Gang 
Foto: Luciana Avellar.

Se você gostou da história dos turbantes, agora você também tem essas dicas para achar um legal para você. Não perca tempo para  explorar a sua representatividade.

Contatos – Kinah: @kinahboutiqueafro e WhatsApp: (21) 92002-1087 A Cara da nega  (22)99848-6691 @acaradanega e Facebook

* Patrícia Dias – Instagram/Facebook: @patrydiasoficial 

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